34/120 - I lost my bag
O que você faria se perdesse sua bolsa com carteira e passaporte dentro no maior museu do mundo?
Foi exatamente o que aconteceu comigo. Inicialmente, senti
um arrepio na espinha. Depois, um desespero que amoleceu os meus músculos e
enterneceu os meus nervos. Foi quase uma jogada de toalha para a vida. Uma
rendição no sentido de: “Está bom! Faça como você quiser. Eu não tenho forças
para lutar contra isso, eu me entrego, farei o que você quiser de mim. Se
quiser que eu volte, tudo bem. Se quiser que outras coisas aconteçam, eu me
entrego também. Não vou lutar. ”
Tenho uma estranha sensação de que nesses momentos em que
nos rendemos sinceramente, não por fraqueza ou covardia, mas por esgotamento
genuíno, tudo surge para nos ajudar. Quando eu aceitei as consequências, admiti
internamente o meu erro que não foi proposital, e assumi que eu enfrentaria o
que fosse preciso sem lamúrias, senti uma empatia e interesse surpreendentes de
outras pessoas em me ajudar.
Eu sei que errei. Nunca deveria ter tirado aquela bolsa, nem
junto com o casaco – sem nem perceber – depois de muito cansaço devido ao labirinto
estonteante do Louvre. Entretanto, o quentinho do calor humano de completos
estranhos que senti naquela situação, foi uma das melhores experiências que já
vivi. Nunca me esquecerei daquele momento nos cavalos de Marly.
No fim das contas, deu tudo certo. Recuperei a bolsa, a
carteira e o passaporte sem nenhuma avaria.
Com quem você gostaria de estar se perdesse dinheiro e
identidade em um local desconhecido?
O essencial é...