33/120 - Borboletas Brancas

Domingo último, pela primeira vez na vida, vi borboletas brancas brincando no meu caminho para o supermercado.

Direitos autorais: Reprodução: Unsplash/Patti Black

Esse paraíso tem dessas surpresas, que me deixam extasiada e hipnotizada por longo tempo. Achei estranho nunca ter visto antes borboletas dessa cor representativa da paz. Seria um símbolo do meu pedido de fim de ano? Um início de paz me inundando?

Nesse mundo, tanta coisa acontece. Tantos detalhes diários de eventos externos e ainda mais dentro da gente. É um redemunho. Como ficar em paz em meio a tantas cobranças dos outros e muito mais de nós mesmos?

Talvez parando pra observar as borboletas brincando. Elas não estão preocupadas com o que alguém pense delas, muito menos com o amanhã ou o passado, estão apenas aproveitando aquele momento mágico.

Claro que somos mais equipados que as pequenas e leves voadoras brancas. Também mais pesados com uma mente que deseja inúmeras coisas. Por que desejamos se tudo já está aqui? Por que tememos se somos uma célula do infinito? Por que detestamos se tudo tem um sabor único?

Nossa pequena mente não entende muita coisa: ela se perde e desespera em meio à ventania. Mas a grande, tranquila e fresca, que está lá escondidinha atrás de tantos detritos, sabe que tudo está bem. Lá dentro, quando as águas estão cristalinas, existe tranquilidade e placidez. Podemos até flutuar por esse rio, sentindo a preciosidade do que nos toca diariamente. Existe riqueza e calma maior? Brincar em cada momento único? Que existam cada vez mais borboletas brancas brincando por aí.